Um pouco sobre React Server Components

14 de agosto, 2023 — 3 min read

Um pouco sobre React Server Components

React Server Components é uma inovação no universo do React. Com ele, podemos desenvolver componentes que são inteiramente renderizados no servidor e enviados para o cliente em pedaços, usando o conceito de ‘streaming’. Isso significa que o HTML chega ao cliente já completo, eliminando a necessidade de a biblioteca React renderizar o componente.

Com isso, obtemos várias vantagens, uma vez que estamos enviando um HTML puro, eliminando a necessidade de o cliente carregar uma grande quantidade de JavaScript. Dessa forma, podemos escolher componentes específicos que exigirão interação do cliente e renderizá-los lá.

Mudança de como estruturamos nossos projetos

Com os React Server Components, é necessário repensar a estrutura dos nossos projetos em React, considerando uma abordagem que maximize a renderização no servidor, enquanto os pequenos componentes que realmente requerem interação do cliente sejam tratados como ‘client components’.

Uma das vantagens dos RSCs é a inclusão das ‘server actions’, que nos permitem aproveitar as interações realizadas no cliente para chamar funções no servidor. Isso nos possibilita manter uma aplicação dinâmica, com a maior parte dos componentes sendo renderizados no servidor.

RSC não é igual a SSR

Os RSCs não funcionam da mesma forma que o Server Side Rendering (SSR). No fluxo do SSR, um HTML pré-renderizado é enviado para o cliente e, em seguida, é realizado o processo de hidratação, incluindo o download do JavaScript necessário para esse componente. Isso ainda resulta em uma carga adicional durante a hidratação no cliente.

Enquanto isso, com os RSCs, os componentes, como mencionado anteriormente, são transmitidos por meio de streaming. Assim, apenas o HTML puro, já montado com a lógica presente no componente, é renderizado no servidor.

É importante destacar que, ao utilizarmos um framework como o Next.js, os ‘client components’ mantêm o comportamento de SSR. Isso significa que podemos desfrutar dos benefícios de ambos os métodos no mesmo projeto.

Não existe bala de prata

Claro, os RSCs não resolvem todos os desafios inerentes ao React e suas estruturas, porém certamente representam uma adição significativa à biblioteca que terá um impacto considerável em muitas aplicações.

Do ponto de vista de desempenho, o SSR ainda enfrentava a questão da hidratação, que resultava no carregamento do JavaScript, tornando algumas aplicações substancialmente mais “pesadas”. Com os RSCs, temos um bundle mínimo, o que é especialmente vantajoso para aplicações destinadas a áreas com acesso limitado à internet. Essa preocupação, por exemplo, tem sido um esforço constante da equipe do Facebook ao longo dos anos.

Além disso, em projetos de maior envergadura e complexidade, a minimização do código voltado apenas para o cliente é um benefício. Distribuir a responsabilidade do projeto entre o servidor e o cliente pode ser uma abordagem eficaz.

Entretanto, é importante destacar que os RSCs não são uma solução universal. Para muitos projetos, uma Single Page Application (SPA) bem desenvolvida com Vite, por exemplo, pode ser mais do que suficiente. Nesse contexto, engenheiros de frontend precisam evoluir e adotar uma abordagem arquitetônica que atenda às necessidades específicas do projeto antes de selecionar a stack a ser utilizada, sem serem afetados apenas por hype.

RSC além do Next.js

É importante ressaltar que o RSC é uma funcionalidade do React. Nesse contexto, o Next.js está liderando a implementação, visto que trabalha em colaboração com a equipe do React. No entanto, estão surgindo outras ferramentas que também são interessantes, especialmente para aqueles que desejam aprender e compreender o funcionamento dos RSC.

Um exemplo que posso mencionar é o Waku do Daishi. Daishi é conhecido por suas contribuições para o ecossistema React, como o Zustand e Jotai. Atualmente, ele está trabalhando neste framework minimalista que inclui integração com os RSC.

Um ponto notável é o README do projeto, no qual ele detalhou toda a arquitetura do Waku, incluindo sua utilização dos RSC. Um exemplo visual dessa abordagem pode ser observado na imagem abaixo:

Waku architecture diagram

Fonte

Conclusão

Como engenheiros front-end, é fundamental acompanhar a evolução das novidades, pausar para analisar nossos requisitos e planejar a solução com as ferramentas que melhor se adequam a cada caso.

Se estamos lidando com um projeto interno, sem a necessidade de otimização para motores de busca e outros fatores, uma Single Page Application (SPA) provavelmente é suficiente. Entretanto, se o projeto possui várias camadas e requer escalabilidade, é válido considerar as razões para optar pelo Next.js e RSC.

Além disso, há outros frameworks excelentes disponíveis, como o Remix para aplicações fullstack com React e o Astro para projetos de conteúdo estático. Portanto, é importante não se limitar a apenas uma ferramenta e fazer uma pesquisa criteriosa antes de tomar qualquer decisão.


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André Zagatti

Engenheiro de software frontend que gosta de compartilhar conhecimento.

© 2023, André Zagatti